Como a diversidade pode romper barreiras

Saiba como potencializar a sua empresa com a Jeni Shih, nossa embaixadora de Diversidade e Inclusão

Pois é gente, hoje quem vai papear com vocês sou eu, Jeni Shih, Head de Inovação e Embaixadora de Diversidade e Inclusão. Bora saber como este tema tem rompido muitas barreiras. Afinal, por mais que o tema da Diversidade e Inclusão tenha avançado muito nos últimos anos, ainda percebemos que há muito que evoluir. Pois, sabemos que sair da zona de conforto pode ser doloroso e desconfortável, por ser algo que ainda não conhecemos. Além disso, se estamos diante de uma mudança diferente das nossas experiências vividas, as barreiras aumentam. Mas é muito importante transformar as realidades limitadoras e trazer pessoas com olhares, vivências e aparências diferentes para os espaços para enriquecer as trocas e alimentar a criatividade. 

É PRECISO FALAR DE DIVERSIDADE E INCLUSÃO 

Sabia que segundo o estudo da Kantar, em 2019 o Brasil ocupa o sétimo lugar no ranking de inclusão e diversidade no trabalho? Pois é, achamos muito louco. Afinal, o nosso país é um dos mais diversos, pois a população é formada por diferentes cores, etnias, línguas e muito mais. Por isso, um dos caminhos para progredir as culturas das empresas é romper as barreiras aproximando e conectando pessoas com diferentes olhares e experiências nos espaços. Há 25 anos, assumi minha primeira posição como gestora de equipe e tínhamos poucas mulheres em posições de liderança, por isso, quando comecei a falar de diversidade, meu pontapé inicial foi a inclusão de mulheres nos espaços de tomada de decisão de negócios. Tanto que só em 2006, assumi a liderança da comunidade LGBTQIAP+ , pois ainda estávamos vivendo um momento em que a sociedade e as empresas tinham culturas muito fechadas e com muito preconceito. 

Falar de diversidade GLBT naquela época me exigiu muita coragem, pois sabia que enfrentaria muitos julgamentos. Seja por falta de conhecimento, seja por falta de conhecer alguém com abertura para falar sobre um tema tão sensível. Sempre busquei levar as dores aos líderes, porque era muito importante que eles entendessem os desafios enfrentados no dia a dia dos profissionais que se “escondiam” para evitar julgamentos e piadas. E a partir daí seria possível transformar efetivamente a cultura da empresa construindo um ambiente de respeito às diferenças mais inclusivo e seguro.

Inclusive, uma das coisas que sempre pontuei é que ter pontos de vista diferentes proporciona um espaço mais plural. Sabemos o quanto o preconceito estrutural atua nos lugares, e por isso, que sempre tive claro que uma pessoa só não faria a mudança, acredito muito na força do coletivo. Outra coisa que tive clara, é que as mudanças não acontecem de um momento para o outro, mas é uma jornada. E nessas mudanças se incluem palavras e jargões. Uma das primeiras iniciativas do grupo foi um glossário LGBT, para ensinar mesmo, mostrando como os líderes poderiam ser mais inclusivos na fala usando palavras mais abertas. Muitas vezes o que falta é conhecimento, é orientar, e pessoas plurais conseguem trazer isso. 

IMPACTO PRA TODES 

Entendo que o impacto que a Diversidade traz é de várias dimensões, que vai desde me sentir segura, em um ambiente onde não preciso usar máscaras. Como, por exemplo, o que temos dentro da Voe Sem Asas, uma liberdade pra ser quem nós somos, há 30 anos era inimaginável. Quando iniciei minha carreira, as roupas de trabalho eram formais, tanto para mulheres como para os homens. Nós vestíamos saias e eles terno e gravata. Pra ter noção do quanto as coisas mudaram e melhoraram muito de lá pra cá. 

Outros impactos que percebo, são na própria vida dos profissionais por terem mais liberdade. E do ponto de vista das empresas e dos negócios, aquelas que eram mais abertas à diversidade, com políticas claras de apoio e inclusão passaram a se diferenciar no mercado. 

Falando da Voe, mais uma vez, a minha entrada junto da Alcely, trouxe um novo olhar para os negócios, não só por sermos sócias, mas por sermos mulheres, por sermos diferentes. Então, as discussões se tornam mais abrangentes pelas diferentes visões, o que enriquece qualquer discussão. Mas reforço, que é importante ter clara na liderança o porquê de ter visões plurais, o quanto isso vai só trazer coisas boas, grandiosas e estratégicas. 

BORA SE POSICIONAR? 

Se posicionar é preciso, sempre. Isso significa sentar e promover um diálogo, estar aberto pra ouvir e evoluir. Estamos o tempo todo aprendendo, errando, e tudo isso só é possível se a gente para e ouve a outra pessoa. Mas reforço, que pra que mudanças ocorram é preciso que as lideranças estejam envolvidas, para que a diversidade permeie a estratégia e a cultura da empresa.  E sem a alta liderança, as iniciativas e programas morrem com o tempo, infelizmente. Além do mais, quando a empresa entende que a diversidade e a inclusão e se mostra engajada, há transformação de realidades, vidas e uma nova cultura sendo construída. 

Falo isso, pois durante a minha trajetória, vivi de tudo, até mesmo trabalhar com lideranças homofóbicas. Então, além de incluir, é preciso pensar em como vai ser a rotina, o dia a dia das pessoas dentro da empresa, pensando em políticas e canais de comunicação seguras, pra de fato, ser um espaço inclusivo. Por fim, acredito que já progredimos muito, mas ainda há um longo caminho pela frente. Se posicionar a favor da diversidade promove um espaço mais rico. Se quiser trocar mais ideias, chama no contatinho que estamos sempre aqui abertos para uma prosa.

Foi muito bom falar com vocês, até a próxima.

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